quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Influência Fraternal

Na última segunda-feira tive que usar meu horário de almoço para comprar alguns itens que minha irmã precisa para uma gincana que pretende ganhar.
Fui até as Lojas Americanas e fiquei circulando entre as prateleiras à caça da lista procurada. Como é melancólico circular entre prateleiras. Me enfureci, não achei nada do que buscava. Nesse momento "a ficha caiu", percebi que talvez aquela ida até lá tivesse sido desnecessária, pois minha irmã não precisava obrigatoriamente vencer a tal da gincana. O desejo que ela tem de sempre vencer não faz parte das características naturias dela, foi eu quem, achenado estar fazendo algo grandioso, injetei aos poucos esse espírito competitivo que ela tem hoje. Grande droga que eu fiz!
Já decidida a não comprar mais nada, deci as escadas, mas ao chegar ao segundo piso da loja, vi ao longe CD's e livros e como ainda tinha alguns minutos resolvi dar uma olhada. Entre tantas obras, uma me chamou atenção. O livro era "O Pequeno Príncipe" e parecia que o princepezinho olhava pra mim. Na 1ª vez que li o livro, estava na 6ª série e os professores adoravam dizer "oh, qur livro bom! Todos vocês devem ler...", até que um dia, muito curiosa que sou, resolvi ler. Naquela ocasião não fez tanto sentido (talvez seja pela falta de pensamento abstrato, diz a pedagogia/psicologia que aos 11 anos ainda não o temos - coisa que eu discordo em partes). Apenas dois anos mais tarde, quando li pela 2ª vez é que fui capaz de entender o grande significado que tinha aquele livro, que de infantil tinha apenas o nome, parecendo um conto de fadas.
Todas lembranças de minha experiência literária, fizeram pensar mais uma vez em minha irmã. Ela jamais leu algo parecido -  pra falar a verdade, ela jamais leu algo com mais de 20 páginas, exceto pela vez em que eu praticamente obriguei ela a ler um livro de uma das coleções policiais que eu devorei quando era adolescente.
Decidi. Comprei o livro para presente-á-la, vou tentar usar minha Influência Fraternal pra fazer com que ela entenda a importância e o crescimento que o livro vai trazer pra ela, não vou obrigar, se ela não quiser ler, ok. Tenho aprendido aos trancos e barrancos que vencer, nem sempre é importante, mas participar é. O duro mesmo vai ser influenciar minha irmã novamente pra que ela desaprenda o que um dia eu ensinei. Se eu não vencer essas duas lutas (a da leitura do livro e a do espírito competitivo), pelo menos me dei ao luxo de tentar.

Um comentário:

  1. Keila, essa é a primeira vez que entro no teu blog, até pq nem sabia que tinha, por acaso olhei tua frase no MSN e vi aquele site do blog e com tal curiosidade entrei... só posso te dizer que amei esse primeiro texto que li.
    Sou fã incondicional desse livro, ganhei ele quando tinha 20 anos e desde tal tenho lido ele de tal em tal tempo e sempre que leio encontro algo interessante e louvável a minha auto-estima.
    Bem, vou colocar teu link nos meus favoritos pra ler sempre, assim como faço no da TaY, do Dom e do Jean, e mais alguns...
    Bjs no coração e fica na PAZ.

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